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quarta-feira, 9 de abril de 2008

Realidade indefinida

Ultimamente tenho sentido uma certa dificuldade em me definir, o que não deixa de ser normal pelo desespero em que me encontro com a proximidade de conclusão do meu curso e ainda, como agravante da situação, não sei nem qual será o meu tema da monografia. De fato, acredito que a única característica que me define com exatidão é a de observadora. Outras como timidez, pouco falante e crítica, chegam a ser apenas derivadas da observação. Em muitas ocasiões, estas chegam a ser mais percebidas pelas pessoas do que a que eu considero como principal.
A verdade é que a observação me fascina, simplesmente, em todos os sentidos. Tudo que se move, tudo que é estático, tudo que é mistério, tudo o que aparenta ser simples, o ambiente em que estou inserida, o ambiente em que não estou, as pessoas que me cercam, os seus comportamentos, os fatos, os objetos, as ações, tudo, com todo gigantismo que essa palavra transmite, mas é exatamente tudo, o que move o meu cérebro a trabalhar incansavelmente na interpretação das coisas e na busca constante por respostas.
O que se espera de uma pessoa com esta característica é que ela não seja inconstante e não aja nunca pelo impulso. Assim eu me defino: não me deixo levar por quase nenhuma situação, não faço nada sem antes pensar nas conseqüências. Você deve pensar que isso é uma qualidade, né? Muitas vezes não. Já deixei de fazer muita coisa e deixei passar muitas oportunidades por pensar demais, pensar tanto que pensei em coisas que nem existiam. Porém, na minha cabeça, há uma explicação para isto. Tenho dificuldade em mensurar a realidade, ou o que realmente existe. Para definir realidade, vou pedir a ajuda do meu fiel companheiro, Aurélio:
Substantivo feminino.
1.Qualidade de real3.
2.Aquilo que existe efetivamente; real. [Sin. (p. us.): realeza.]
3.Filos. V. juízo de realidade.
"Aquilo que existe efetivamente". O que existe efetivamente? Eu sempre me pergunto isso. Vejamos uma situação: A sua existência na Terra é uma realidade? Certamente, a resposta de todos seriam sim. Mas se isto é real, a morte também é real, não é? Sim, todos respondem. Se isto também é real, a nossa existência, na melhor das hipóteses, chega a durar em média 80 anos. O que são 80 anos comparado à idade da Terra? Do universo? Numa comparação, a nossa existência real duraria milésimos de segundos com relação à eternidade do universo. Pensando nisso, eu chego ao ponto de questionar a realidade descrita e entendida por todos, de maneira que ela existe, porém se baseia em algo intangível, ou subjetivo. Ou a realidade é insignificante, ou o que se entende pela realidade é desconhecido por nós. Nesse momento surge a crença. As pessoas costumam ser céticas ou crentes. No entanto eu não entendo como a realidade pode ser separada da crença. Viajei demais ou alguém conseguiu acompanhar meu raciocínio?
Eu posso ter viajado para vocês, mas para mim isso faz muito sentido. Aliás, faz todo o sentido. O homem é exatamente o sentido que ele dá pra sua vida. E se ele não se questiona e não busca por respostas, de que vale a sua existência? Pra quê ele existe? Pra nascer, crescer e morrer, simplesmente pelo fato de que respira? Como observadora, chego à conclusão que tenho um propósito e se me deixo levar pela realidade aparente, como posso ser útil ou coveniente para àquilo que pretendo ou espero alcançar?
Sem esperanças de que seja entendida, finalizo minhas palavras e presenteio vocês, ou não, com mais um dos meus devaneios. E continuo com minhas observações....

2 comentários:

Unknown disse...

Tu escreve bonito demais.
Me ensina, kkkkkkkkkkk.

Gostei da viagem, tem todo sentido.
Não saberia falar sobre isso tão bem, mas concordo com todas as coisas que vc disse :D

Filipe da Nóbrega Longo disse...

Eu acho que, quando a gente morrer e passar uns 2.000 anos, vão achar teu blog em algum lugar e te catalogar junto aos filósofos brasileiros, pq daqui pra lá esse país vai ter alguém memorável.

Logo minha Sarinha! Que orgulho!

=P

=***