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segunda-feira, 28 de julho de 2008

Mais reflexões

Pudera o homem, enquanto o ser livre que é, ter a habilidade de resolver seus problemas sozinhos, independente do que esperam que seja feito, independente de opiniões contrárias...simplesmente ter um problema e ter a liberdade de resolvê-lo imediatamente. Infelizmente, ou felizmente, vivemos em sociedade, em que nossas atitudes refletem nas outras pessoas, em que nossas ações provocam efeitos na vida do outro e, muitas vezes, o nosso desejo e vontade de solucionar o que nos incomoda só é concretizado com a participação direta de mais alguém envolvido.
Enquanto isso, há sempre um que tem certeza do que quer, embora dependa da resolução das dúvidas dos outros...
O tempo passa e acalma os corações e com ele traz a serenidade que nos ajuda a agir de forma racional, mas será que a razão nesse caso caberia? Talvez ela traga à tona uma realidade que ninguém sabia que existia e está tomando cada vez mais espaço. Eu nunca prefiro a razão porque ela age de forma fria, embora ela tome cada vez mais espaço dentro de mim!

domingo, 27 de julho de 2008

Sem título

"Sorte de hoje: Você tem um coração generoso e é bem-amado"
Pff...pura balela. Bonzinho só se lasca. É sempre o que sofre mais, porque é o mais sensível. É o lado que a corda pende, porque é o mais fraco. É o menos esperto, porque não consegue ser tão racional. É o besta da história!

Se eu recebesse uma proposta de emprego no Acre e tivesse que escolher entre ir ou ficar com quem amo...preferia abrir mão de uma vida confortável a perder a pessoa que amo. Se o amor valesse à pena!

sábado, 26 de julho de 2008

Porta 1.999

...e tudo não passa de um corredor enorme. Algumas áreas iluminadas, outras mais escuras. O corredor tem 22 portas, porém uma ainda trancada, ao que me parece, dentro dela algo ainda está sendo construído. Cada porta tem sua numeração, começando por 1.986. As do fim do corredor parecem as menos iluminadas, só um feixe de luz. Procuro, então, uma mais iluminada. Eis que vejo uma, que me atrai por sua luz e o cheiro que exala...um cheiro de praia, de verão. Ao me aproximar escuto vozes, risadas, sons emitidos por alegria. Não me contenho em curiosidade e abro a porta pra saber o que tem ali dentro.

Descrição do que encontrei ao abrir a porta:

Havia um apartamento, recém comprado. Ainda com as paredes limpas e o chão brilhando. Uma família habitava o lugar, mas ainda tentava dar a sua cara ao ambiente. Tudo era tão claro, não havia cortinas, apenas uma na sala para evitar olhares de vizinhos curiosos.
A casa era pouco mobiliada, com poucos móveis novos, ao que me parece, todas as economias tinham sido usadas na compra do apartamento. Notei que não havia tapetes, acho que pela existência de um cachorro na família, mais precisamente uma cadela.
Ah, é verdade, não havia descrito as pessoas que ali moravam. Havia um casal e duas filhas, ainda uma "filha" caçula, a cadelinha.
Todos acordavam cedo, 5h mais ou menos, e tomavam café reunidos na mesa. A cadela ficava nos pés. Típica cena de família reunida, conversando ou brigando por algum motivo besta. O pai e a mãe, deixavam as meninas na escola e seguiam pro trabalho.
Depois da escola e do trabalho, a família voltava a se reunir para o almoço. Ao chegar em casa se deparavam com a presença de uma moça que trabalhava pra família, e da vizinha intrusa que já estava jogando come-come no computador. Era a vizinha-amiga da filha mais nova.
Como toda criança pré-adolescente de 6ª série, as duas não tinham muitos afazeres, passavam a tarde, praticamente, atualizando seus diários, recortando figuras de revistas, frases pra serem coladas e segredos a serem revelados apenas para as páginas do diário. A tarde passava num piscar de olhos.
De repente são 4h da tarde, um carro buzina lá embaixo. O coração da pirralha mais nova acelera, chegava a sua carona pra levar as duas irmãs pra natação. Ocupando o banco passageiro, junto ao seu pai, estava ali o seu primeiro amor. Óbvio que ele não sabia da existência do amor platônico alimentado apenas por ela, mas de nada adiantava, bastava os poucos momentos ali tão próximo.
O treino começava às 6h e só acabava às 8h. A natação era o esporte das meninas, embora nenhuma carreira aspirante fizesse parte do futuro delas.
A rotina de um dia se completava. Nos finais de semana, a piscina do apartamento era a atração durante o dia. De tardezinha, a calçadinha do bairro servia como lazer...a brisa do mar, a tranqüilidade do bairro e da praia, eram alimento para disposição e paz de espírito da família.
Tudo parecia tão em paz, a família tão feliz.
Não me arrependi nenhum minuto de ter escolhido aquela porta, ela era o que eu precisava ver e sentir. No entanto, tive que me desvencilhar daquela realidade e fechar a porta. A porta 1.999.
Esperar uma nova oportunidade de estar nesse corredor e entrar numa nova porta como esta.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Vazio do âmago

Pensei: de que vale ter isso aqui se não há quem olhe e comente?
Cheguei à conclusão de que sinto falta daqui...de escrever pra mim, sem esperar olhares atentos ou demais avaliações. Nesse contexto, então, eis um novo post.
Estou vivendo um daqueles momentos de palavras soltas sem o menor contexto e sentido de continuidade, embora evidenciem sentimentos vivenciados ultimamente.
Está tudo tão preenchido e ao mesmo tempo vazio. As coisas se encaminham pra onde eu queria que fosse, mas não da maneira que eu gostaria.
Quando minha mente viaja e transcende os limites do físico até o meu mundo imaginário, tudo parece estar mais claro quanto à necessidade de algo que eu não consigo definir bem o que é. Sinto como se estivesse vendo um filme da minha vida e não participando dela. Não há vida naquilo que faço, cumpro apenas a minha agenda.
Antes fosse uma rotina movida à paixão, cumpriria minhas obrigações sem reclamar, mas falta tanta coisa...
Falta mais sentido pra vida...