Não há palavras a serem ditas, nem conforto que chegue sem ser no tempo certo. Nós somos impacientes, mas o que é o tempo que a gente espera comparado à eternidade? Nosso sofrimento só leva o tempo das feridas cicatrizarem e quem sabe no fim teremos sorte de só ter a lembrança que um dia caímos, mas soubemos nos recuperar. Hoje nem vejo mais as cicatrizes que tinha das minhas quedas na infância, nem marcas de catapora tenho mais. Peço e acredito um dia não enxergar as da minha alma e do meu coração. Essas feridas que ainda estão abertas, mas um dia hão de se curar.
Se não acreditar nisso, de que vale ter fé? De que valeu o amor que a gente sentiu e o bem que desejou? Ninguém nunca negou que amar é fácil. Amar no seu sentido completo é para poucos, porque da complexidade os simplistas fogem e não há nada mais complexo que o amor verdadeiro. Porque a gente nem sempre entende o que ele nos reserva, nem sempre compreende o bem querer mesmo quando o mal insiste em prevalecer e quase sempre fecha os olhos para os erros e perdoa. Perdoa porque estar perto é melhor do que longe, porque se houveram erros é porque precisávamos aprender, para crescer e evoluir moralmente e, principalmente, porque todos merecem uma segunda chance para mostrar que aprenderam com os erros cometidos e dessa vez podem mostrar seus acertos.
Antes errantes conscientes que perfeitos iludíveis.