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segunda-feira, 28 de abril de 2008

Sobre aquele assunto divergente...

Nesses últimos dias recebi um e-mail de Arnaldo Jabor. Como todos conhecem, não preciso ficar aqui dizendo tudo o que ele é e representa como crítico do cenário político e da realidade brasileira como um todo. No entanto, não posso deixar de expressar a minha opinião, talvez contrária à maioria das pessoas que lêem suas críticas e dão tanta importância ao que ele fala, a verdade é que acho ele um tremendo idiota na maioria das vezes, com todo respeito.
Vou tentar passar pra cá pedaços enumerados do e-mail e espero que não fique um post grande:
"1-Brasileiro é um povo solidário. Mentira. -Brasileiro é babaca.
Eleger para o cargo mais importante do Estado um sujeito que não tem escolaridade e preparo nem para ser gari, só porque tem uma história de vida sofrida;
Pagar 40% de sua renda em tributos e ainda dar esmola para pobre na rua ao invés de cobrar do governo uma solução para pobreza;
2-Brasileiro é um povo alegre. Mentira. Brasileiro é bobalhão.
Fazer piadinha com as imundices que acompanhamos todo dia é o mesmo que tomar bofetada na cara e dar risada. Brasileiro tem um sério problema. Quando surge um escândalo, ao invés de protestar e tomar providências como cidadão, ri feito bobo.
3-Brasileiro é um povo trabalhador. Mentira.
Brasileiro é vagabundo por excelência. - O brasileiro tenta se enganar, fingindo que os políticos que ocupam cargos públicos no país, surgiram de Marte e pousaram em seus cargos, quando na verdade, são oriundos do povo.Um povo que se conforma em receber uma esmola do governo de 90 reais mensais para não fazer nada e não aproveita isso para alavancar sua vida (realidade da brutal maioria dos beneficiários do bolsa família) não pode ser adjetivado de outra coisa que não de vagabundo.
4-Brasileiro é um povo honesto. Mentira.
O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado com o mensalão, pensa intimamente o que faria se arrumasse uma boquinha dessas, quando na realidade isso sequer deveria passar por sua cabeça.
5-90% de quem vive na favela é gente honesta e trabalhadora. Mentira.
O famoso jeitinho brasileiro. Na minha opinião um dos maiores responsáveis pelo caos que se tornou a política brasileira. Brasileiro se acha malandro, muito esperto. Faz um 'gato' puxando a TV a cabo do vizinho e acha que está botando pra quebrar.
No outro dia o caixa da padaria erra no troco e devolve 6 reais a mais, caramba, silenciosamente ele sai de lá com a felicidade de ter ganhado na loto... malandrões, esquecem que pagam a maior taxa de juros do planeta e o retorno é zero. Zero saúde, zero emprego, zero educação, mas e daí? Afinal somos penta campeões do mundo né? Grande coisa...

Deus é brasileiro. Puxa, essa eu não vou nem comentar...
O brasileiro merece! Como diz o ditado popular, é igual mulher de malandro, gosta de apanhar. Se você não é como o exemplo de brasileiro citado nesse e-mail, meus sentimentos amigo, continue fazendo sua parte, e que um dia pessoas de bem assumam o controle do país novamente. Aí sim, teremos todas as chances de ser a maior potência do planeta. Afinal aqui não tem terremoto, tsunami nem furacão.Temos petróleo, álcool, bio-diesel, e sem dúvida nenhuma o mais importante: água doce! "
Diminuí a letra pra criar uma ilusão de que o post vai ficar menor. Vamos às minhas críticas:
1- Dizer que brasileiro é babaca me faz crer que ele estivesse se incluíndo no contexto. O povo não é babaca, infelizmente boa parte da população brasileira é ignorante, por 'n' fatores desde o histórico vivenciado pela história brasileira até a realidade imposta por governos até então. O que o torna mais babaca que os outros povos? O fato de querer mudar a realidade imunda que já existia? Dominada por pessoas que tiveram oportunidades na vida de estudar e serem bem informados, no entanto o que fizeram pelo país? Valorizaram estas riquezas citadas no fim de que maneira? Privatizando-as. E o engraçado é a economia crescer no governo atual com alguém que seria rejeitado pela sociedade politizada, pra sequer conseguir emprego de gari. Devolvo a pergunta pra Jabor, nós somos babacas ou quem faz guerras sem sentido pra garantir a supremacia econômica mundial? Quem é babaca é o povo que elege o rejeitado à gari ou o que elege um presidente anti-terrorista que tem seus negócios financiados pela família Bin Laden?
2 e 3- Eu daria uma sugestão ao ilustríssimo senhor, que tal ir pra uma região esquecida, no interior da Paraíba, chamada Montadas? Onde a sua maior parte é área rural e as pessoas esperam a boa vontade dos céus de enviar chuva para garantir a plantação e o seu sustento o resto do ano. A energia chegou um dias desses e ainda há quem espere por ela. Essa população acompanha a imundice da rica sociedade? Ou após trabalhar o dia inteiro na lavoura seca e enterrar o seu último boi que morreu de fome, ela tem fôlego pra assistir uma TV senado e saber quem são os políticos decentes (se é que eles existem)? O que fazer com eles? Deixá-los cientes da sua condição tornando-os pessoas depressivas com a sua realidade? Quando um governo prestou atenção neles? E será que eles são minoria na grande população brasileira? Quem o senhor acha que elege os governantes e por que será que o rejeitado à gari foi eleito pela população?Eu te respondo que, apesar de todas as críticas que tenho sobre o Faustão, ontem ele mostrou um caso interessante, uma família que tem renda de R$150,00, com ajuda do governo, do plantio e das vendas da Avon da mãe (se fosse Natura ela ganharia mais..kkk) e um dos filhos passou pra Medicina, em 1º lugar, na UEPE, aos 16 anos. Eu te respondo que, os filhos do cara do sítio lá em Montadas só tem direito a se manterem informados numa escola, com o auxílio do governo. Isso acaba com a pobreza? Não a atual, mas ta plantando árvores pra colher os frutos no futuro. Esses cidadãos tem discernimento de que devem pintar as caras e ir às ruas reclamar do governo? Ou o senhor compreende porque eles riem? Talvez por enxergarem em seus filhos um futuro melhor e ver que existem pessoas que não julgam as pessoas pela sua história sofrida e sim dão oportunidades de serem alguém na vida. E estas pessoas ainda são chamadas de vagabundas? Quantos e quantos posts vocês viram aqui nesse blog, de uma pessoa reclamando que não são oferecidas oportunidades à uma estudante de administração de uma universidade federal, imagina um cidadão do sítio? Você pode até me responder que a maioria da população é urbana, eu concordo, mas elas saíram do sítio e hoje vivem bem de vida?

Como o post ficou grande, discutirei o restante no próximo post.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Nada pra fazer...só filosofar

Eita danado. As férias chegaram e eu só faço dormir. Mais uma vez as combinações não saem do papel e eu fico em casa sem nada pra fazer.
Aahhh...mas eu tenho novidades!!!!! Consegui um estágio!!!!! Uhuuuuuu...ebaaaaaaa...issaaaaaa! Ô coisa boa vai ser, ter um dinheirinho na conta mais uma vez. A má notícia é que eu não vou dormir mais a tarde toda. Mas isso aí não tem problema não, a gente acaba se acostumando.

Mais umas firulas enquanto tomamos cafézinho na varanda, com cobertores nos pés, sentados nas cadeiras de balanço feitas com mangueiras:
"A pessoa é pra o que nasce". Alguém lembra desse documentário? Das ceguinhas de Campina Grande? Assisti essa semana e achei muito bom. Fiquei pensando desde então na condição daquelas três e na mensagem que o filme quis passar com a trajetória delas e com a escolha desse título. A pessoa é pra o que nasce, pronto, isso resume tudo.
Mas as pessoas ainda querem te mudar. Homi, me deixa aqui quieta do jeito que eu sou. Eu sou romântica. Eu acredito nas pessoas e no que elas me dizem, sem desconfiar. Eu acredito no amor de verdade e nas palavras bonitas que devem ser ditas. Eu meço o que eu falo pra não ter grandes conseqüências (na maioria das vezes). Por que as pessoas têm que se magoar tanto? Desde quando a presença de quem se ama não é suficiente? Nem sempre algo de extraordinário tem que acontecer todos os dias pras pessoas se manterem atraídas pelas outras. Quando a rotina é estar o tempo todo com quem se ama, eu quero mais é ficar na rotina!

Desabafos e desabafos!

Minhas feridas da última queda de patins já estão cicatrizando. Alguém se habilita a andar comigo? Eu, às vezes, não caio. kkkkkkkkkkkkkk

domingo, 20 de abril de 2008

Saudades...

Hoje eu tenho saudades...
Da casa cheia... de mainha e painho discutindo o jantar do domigo, enquanto eu assistia TV na sala com minhas irmãs (uma, na verdade, ficava no chão dormindo sufocando todos com seu cheirinho de rabujo)...
Eu tenho saudades...
Da casa da vovó...do doce e bolo de banana que só existiam lá. Dos estrogonofes feitos especialmente pra ocasião de irmos almoçar lá. Das misturebas que só vovó sabe deixá-las gostosas. Das scrush's, dos biscoitos waffles cobertos com chocolate, que a embbalagem era vermelha com um ursinho branco.

Eu tenho saudades dos lanches...
Dos chocolates da turma da Mônica que sempre tinham na minha casa, que eu costumava deixar em casa para não levar pra escola e alguém me pedir. Quem não comia a parte preta primeiro pra depois comer a branca?
E quem não lembra das balinhas kleps? Vocês podem não lembrar do nome, mas das balinhas vocês lembram. Ela era vendida em tirinhas e klep era o barulho que fazia ao destacarmos uma balinha da tira.
Tenho saudades de ir pra casa da minha outra avó e dizer: "Pai, me dá um real!" e comprar tudo de bala, geralmente aqueles chicletes duros que vinham com figurinha eram os meus prediletos.



Sinto tanta falta das férias...
Das férias do meio do ano em que viajávamos para Caicó na festa de Santana. Vovó nos dava 5 reais para gastarmos nos parques, mas preferíamos gastar em kinder ovo. Quem não lembra das estátuas de bronze? E dos bichinhos do zoológico que vinham de brinde.
Que saudades de usá-los nas maquetes do colégio.





E por falar em colégio...
Quantas saudades dessa época boa, dos amigos, das brincadeiras, das tarefas que julgávamos tão difíceis e nem eram.
Das aulas de massinha de modelar, dos dedinhos pintados,
do papel picado enrolado pra fazer os cachinhos dos desenhos que tínhamos que colorir. Do algodão na barba do Papai Noel e no rabinho do Coelho da Páscoa.
Que saudades das nossas coleções de adesivos e figurinhas do "Amar é...". Das nossas maçãs cheias de clips, que não serviam pra nada mesmo, só pra fazer tiras e mais tiras de clips.
E quem não lembra da caneta com 20 cores diferentes? Muitas vezes nem todas as cores prestavam, mas você não fazia questão por uma ou outra. E quando o encaixe não prestava mais, você empurrava e segurava com a mão até a caneta aparecer e você conseguir escrever (na verdade era muito difícil escrever com uma mão segurando o encaixe e a outra tentando escrever), quando você não conseguia, abria e tirava a cor que você queria e escrevia usando só o carrego da caneta.

Hoje eu sou só saudades...Saudades de tudo que eu já tive, de tudo o que eu já fui... das minhas ações, das minhas manias, das minhas brincadeiras, da minha vida...

Saudades dos meus sonhos de princesa...de sonhar com castelos e príncipes encantados...de sonhar com histórias de amor eterno. Saudades dos meus sonhos menos fantasiosos, mas tanto quanto improváveis...de ser cantora, de tocar bateria, de ser dançarina de backstreet boys ou Britney Spears, de ser atriz...

São saudades que descrevem a minha vida de criança e adolescente, são saudades que me descrevem...que revelam o que sou hoje e de onde veio meus hábitos e princípios. Hoje sou só saudades e reflexões do que terei saudades daqui pra frente.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Histórias de verão: Parte 1

Opa!

Povo, graças a Deus, mais um período está chegando ao fim. Se tudo der certo, que é o mais provável, ficarei de férias essa semana. Tá certo que não serão bem umas férias, não vai chegar nem a 1 mês, mas com certeza é um descanso, ainda mais depois desse período meio conturbado.
Aproveitei a proximidade das férias para ir dar uma olhada nos meus arquivos antigos, no caso, nas minhas agendas antigas e, trouxe pra vocês um dia de férias de uma garota vivendo seus 14, 15 anos (vou escrever o texto na íntegra, portanto ignorem os erros):

"Hoje o dia foi alegre que só, por isso o adesivo alegre.
De manhã eu acordei e fui arrumar minhas coisas para ir pra vovó Germana. Eu não contei mas a gente fez amizade com Ayrton, China e só. Ayrton é bem legalzinho mas ele ontem tava super convencido só porque "Filet mignon" tava aqui (ele chegou hoje, mas parece que não vai passar muito tempo aqui). O China ainda continua safado e olhe que ele tem namorada. Sim, ontem Aninha chegou aqui em cambô, de tarde quando a gente foi andar aí passou por lá e tava cheio de menino em frente a casa de Aninha e "Maria Cecília lesa" não queria sair de dentro da casa. Vizinho a casa dela tinha um prédio onde "Jurema" ficava olhando pra ela.
De noite a gente desceu e não fomos no Mister Pizza, aí ficamos lá embaixo conversando com Rodrigo e os meninos (Ayrton, filet mignon, China, etc) ficaram lá bebendo.
Não sei porque eles não falam mais comigo. Eu! Azar o deles! Sim! Eu nem contei! Cover ainda se lembra da gente e daquele dia da banana. E ontem ele estava dançando e eu vi! Só isso! Tchau!"

Sara (02/01/01)

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk! Essa até eu ri lembrando dos apelidos dos meninos. Só algumas explicações:

1º) "ir pra vovó Germana": era o apartamento dela em camboinha.
2º) "China" era um menino que a gente não sabia o nome, que tinha algumas características orientais, como os olhos puxados, por exemplo.
3º) "Filet Mignon" era um menino chamado Fenelon (não sei nem como se escreve). Dá pra perceber o porque da gente chamar ele assim né? Demoramos alguns dias pra aprender o nome dele de fato.
4º) China era safado porque dava em cima da minha prima.
5º) Aninha era amiga da minha outra prima.
6º) "Maria Cecília lesa" era amiga da minha prima e de Aninha, ela não queria sair de casa pra ir passear com a gente porque estava com "vergonha" dos meninos, mas hoje eu acredito que era porque ela queria ficar lá paquerando os meninos.
7º) "Jurema" era um menino que a gente acreditava ser filho de um colunista famoso de João Pessoa.
8º) "Eu não contei mas a gente fez amizade com Ayrton, China e só." "Não sei porque eles não falam mais comigo." - Essa até eu não sei explicar, não entendi como eu tinha feito amizade e os meninos não queriam falar comigo... (???)
9º) "Cover" era um menino que a gente dizia que parecia com Thiago Lacerda, mas ele não parecia nem um pouco, não sei porque a gente dizia isso, coisa de menina abestalhada, aí ficou "Cover de Thiago Lacerda", abreviado para Cover.
10º) A história da banana..."prefiro não comentar" para não gerar interpretações de caráter dúbio. Mas era uma história bem inocente sobre lanche, que eu não me recordo muito bem agora.
11º) Por que eu dava tanta importância por ter visto Cover dançando?

As nossas férias de final/começo de ano eram passadas em camboinha. Basicamente a nossa rotina era essa: ir à praia, almoçar, ir ao shopping (dependendo da época) ou ir dormir durante a tarde, de tardezinha ia pra praia de novo ou ficava andando pelas ruas de lá e à noite, tentávamos convencer nossas mães a nos deixar ir pra o point da galera, mas foram raras as vezes que conseguimos essa façanha. Sempre tinha uma notícia de jornal sobre drogas, ou suspostos estupros que eram empecilhos pra gente. Mas era bom!

Que venham as minhas férias!

sábado, 12 de abril de 2008

Eu quero é ser criança

Oie!


Vocês já tiveram a sensação de que quanto mais você cresce, menos você quer crescer? É exatamente assim que eu estou me sentindo ultimamente. Com o passar dos anos eu fico com menos vontade de crescer e viver nesse mundo dos adultos. Eu sempre fui chamada de menina boba, aquela que emprestava as melhores bonecas, que dava os adesivos e papéis de carta quando a menina mais popular da sala pedia, a que emprestava os lápis e nunca devolviam, a quietinha e caladinha, a que as meninas mais velhas destruíam o castelo de areia e a que doava o lanche para as meninas mais velhas também.
Hoje, acredito que essas pessoas "espertas" daquela época, tornaram-se adultos seguros e fortes, convictos da sua superioridade, mesmo que esta seja construída em cima dos "fracos". São as mesmas pessoas que sempre tiveram tudo, foram mimadas, filhinhas de papai e agora estão trilhando os passos para tomar conta dos impérios dos seus papais. São as mesmas pessoas que copiavam os trabalhos prontos de alguém na escola, pagava para alguém fazer na universidade e hoje, ainda paga para alguém trabalhar por elas. Essas pessoas, que cresceram sem precisar pedir oportunidade pra ninguém, porque tudo já era seu desde que nasceu, essas pessoas que papai pagou pra estudar no exterior, passaram um ano aprendendo e experimentando tudo o que uma pessoa decente não deve fazer, mas consta no seu memorável currículo como um ótimo aprendizado, são essas mesmas pessoas que você se depara lá na frente, ocupando o lugar que deveria ser seu. Porque você ajudou essa pessoa a manter sua auto-estima tão elevada, você as alimentou quando os seus lanchinhos acabaram, você fez os trabalhos delas da universidade e hoje você aceita o emprego submisso ao dela.
Eu não quero crescer, eu não quero viver no mundo que todos são julgados e os espertos se dão bem. Eu nunca fui boba, eu só não era muito apegada àquilo que não me faria falta e eu não tinha caráter de pessoa ruim, a ponto de destruir um castelo de areia só pelo prazer de ver outra criança chorando. Nunca fui uma criança que se aproveitou da suposta fraqueza de ninguém. A minha estupidez era a bondade, a inocência de não perceber em nada, atos de extrema maldade. É errado ter sido correta? É errado ter dado crédito às pessoas e ter confiado nelas? No mundo dos adultos, é.
É por isso que essa semana eu comprei, finalmente, os meus patins. Andei na praia como uma doida, desenfreada, a toda velocidade, com adrenalina à flor da pele. Levei uma queda, que me rendeu um joelho roxo e outro inchado e outras duas quase-quedas, que me renderam alguns tropicões e a ajuda de desconhecidos.
Também é por conta disso, que essa semana eu tirei uma tarde pra jogar video game. Lutas, corridas e partidas de futebol... todas perdidas, é verdade, mas o que valeu foi o divertimento.
Tão bom ter momentos de felicidade encontrados em coisas tão simples. Criança se diverte com folha, areia, copo plástico, coisas tão sem importância. Tão bom ser feliz sem ser às custas dos outros.
Eu quero é ser criança enquanto eu puder.
E as férias estão vindo aí pra isso.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Realidade indefinida

Ultimamente tenho sentido uma certa dificuldade em me definir, o que não deixa de ser normal pelo desespero em que me encontro com a proximidade de conclusão do meu curso e ainda, como agravante da situação, não sei nem qual será o meu tema da monografia. De fato, acredito que a única característica que me define com exatidão é a de observadora. Outras como timidez, pouco falante e crítica, chegam a ser apenas derivadas da observação. Em muitas ocasiões, estas chegam a ser mais percebidas pelas pessoas do que a que eu considero como principal.
A verdade é que a observação me fascina, simplesmente, em todos os sentidos. Tudo que se move, tudo que é estático, tudo que é mistério, tudo o que aparenta ser simples, o ambiente em que estou inserida, o ambiente em que não estou, as pessoas que me cercam, os seus comportamentos, os fatos, os objetos, as ações, tudo, com todo gigantismo que essa palavra transmite, mas é exatamente tudo, o que move o meu cérebro a trabalhar incansavelmente na interpretação das coisas e na busca constante por respostas.
O que se espera de uma pessoa com esta característica é que ela não seja inconstante e não aja nunca pelo impulso. Assim eu me defino: não me deixo levar por quase nenhuma situação, não faço nada sem antes pensar nas conseqüências. Você deve pensar que isso é uma qualidade, né? Muitas vezes não. Já deixei de fazer muita coisa e deixei passar muitas oportunidades por pensar demais, pensar tanto que pensei em coisas que nem existiam. Porém, na minha cabeça, há uma explicação para isto. Tenho dificuldade em mensurar a realidade, ou o que realmente existe. Para definir realidade, vou pedir a ajuda do meu fiel companheiro, Aurélio:
Substantivo feminino.
1.Qualidade de real3.
2.Aquilo que existe efetivamente; real. [Sin. (p. us.): realeza.]
3.Filos. V. juízo de realidade.
"Aquilo que existe efetivamente". O que existe efetivamente? Eu sempre me pergunto isso. Vejamos uma situação: A sua existência na Terra é uma realidade? Certamente, a resposta de todos seriam sim. Mas se isto é real, a morte também é real, não é? Sim, todos respondem. Se isto também é real, a nossa existência, na melhor das hipóteses, chega a durar em média 80 anos. O que são 80 anos comparado à idade da Terra? Do universo? Numa comparação, a nossa existência real duraria milésimos de segundos com relação à eternidade do universo. Pensando nisso, eu chego ao ponto de questionar a realidade descrita e entendida por todos, de maneira que ela existe, porém se baseia em algo intangível, ou subjetivo. Ou a realidade é insignificante, ou o que se entende pela realidade é desconhecido por nós. Nesse momento surge a crença. As pessoas costumam ser céticas ou crentes. No entanto eu não entendo como a realidade pode ser separada da crença. Viajei demais ou alguém conseguiu acompanhar meu raciocínio?
Eu posso ter viajado para vocês, mas para mim isso faz muito sentido. Aliás, faz todo o sentido. O homem é exatamente o sentido que ele dá pra sua vida. E se ele não se questiona e não busca por respostas, de que vale a sua existência? Pra quê ele existe? Pra nascer, crescer e morrer, simplesmente pelo fato de que respira? Como observadora, chego à conclusão que tenho um propósito e se me deixo levar pela realidade aparente, como posso ser útil ou coveniente para àquilo que pretendo ou espero alcançar?
Sem esperanças de que seja entendida, finalizo minhas palavras e presenteio vocês, ou não, com mais um dos meus devaneios. E continuo com minhas observações....

domingo, 6 de abril de 2008

Crianças divergentes porém contentes





Olá!


Primeiramente, quero avisar que a minha mente sã está de volta. Talvez o blog tenha me ajudado a descarregar meu mau humor, misturado com minhas revoltas momentâneas e o resultado foram esses últimos posts.


Enfim, como já é de praxe, misturado com meus posts criticando a sociedade, eu tenho que ter posts nostálgicos. E pra não sair dessa linha que vem dando certo, por que não voltar ao passado, na época que eu era criança, criança mesmo, sem meus paqueras que gostavam de outras meninas? Voltar à época em que nenhum primo era universitário ainda e a nossa preocupação era apenas brincar.


Alguns já devem saber que eu tenho duas primas da mesma idade que eu. Acredito que pela afinidade desde a barriga, decidimos nascer uma atrás da outra, uma em outubro, outra em novembro e a última em dezembro. A outra opção é que as nossas mães combinaram, não sei. Desde pequenas fazíamos tudo juntas, mas vou separar a minha relação com as duas aqui pra facilitar.

A prima que nasceu em outubro, sempre morou na cidade e estudou no mesmo colégio que eu, fator este que me deixaria bem mais próxima dela, né? Errado. Mesmo a diferença sendo mínima entre a gente, quase uma semana, acho que por ela ser mais velha, ela cresceu muito mais rápido que eu e subiu na cabeça dela um certo ar de autoritarismo, semelhante ao de um ditador. Maran Russein, esse era o seu apelido.

(Pausa para visualizar uma cena do nosso colégio: O toque de saída era às 5h. Todas as crianças se dirigiam para o pátio e, no máximo, podiam ficar até uma grade que separava a área interna com a área de estacionamento. Durante meia hora, revezava duas coordenadoras na área com microfone, para chamar os nomes das crianças que os pais estavam esperando. Às 5:30, as coordenadoras Iulvanda ou Luzinete - detalhe para os nomes - dizia no microfone "O portão de trás vai fechar, todas as crianças façam uma fila para ir para o portão da frente". Pra uma criança que adorasse brincar e correr, essa meia hora de brincadeira era ótima, mas pra mim não, era um pânico, eu tinha vontade de chorar todos os dias. Assim que tocava, eu corria para a quina da grade, única brecha que proporcionava visão para o portão e, ficava lá olhando fixamente para o portão esperando mainha chegar. Maran Russein ia de ônibus nessa época, sempre quem ia de ônibus eram os primeiros a irem embora, então ela passava por mim com um olhar de pena e dava um tchauzinho. Ela nunca entendeu o porque de eu não ir aproveitar pra brincar, já que era isso o que ela mais queria. 1º: O fato é que eu não podia brincar, porque se eu fosse brincar, mainha quando chegasse não ia me encontrar; 2º: Eu não ia ouvir o microfone; 3º: Eu sempre tive esperanças que mainha chegasse cedo pra me buscar - nessa época ela trabalhava até às 5h e painho também - mas não tinha jeito, eu sempre ia pro "portão dos esquecidos". Lá era escuro, tinha só um porteiro com apelido de Pissit e as alunas da noite começavam a chegar.)

Voltando, Maran passava por mim no colégio, com uma legião de fãs (geralmente raquíticas como eu), segurando uma bola de baleado, como líder do grupo, provavelmente indo determinar o território onde elas iriam jogar e NÃO FALAVA COMIGO. A gente era prima nas reuniões familiares e nas férias, no colégio, ela estudava numa turma e eu em outra. É aquela velha história, "amigos amigos, negócios à parte".


A prima que nasceu em dezembro, não morava aqui e, mesmo sendo mais nova, era uma série adiantada. Ela vinha sempre nas férias do final do ano e nas férias do meio do ano, a gente ia pra lá. Era manhooosa, conseguia ser mais que eu. Por isso os pais dela sempre a chamavam carinhosamente de Lóólinha.

(Mais uma cena: Eu morava numa casa, que havia sido do meu tio. A casa vizinha era da minha avó, o que proporcionou a abertura do muro atrás da casa, que dava livre acesso às duas casas. Minha tia quando vinha de viagem, ficava na casa da minha avó e eu e Lóólinha passávamos o dia brincando, quando era de noite, na hora de dormir, queríamos sempre dormir juntas. Aí começava o pesadelo. Num belo dia, aliás, numa bela noite, esta minha prima estava dormindo lá em casa e, milagrosamente, viu o E.T. do filme. Desde então virou um pesadelo essa menina lá em casa, chorava porque queria dormir lá, mas minha tia não ia dormir com ela, então ela chorava pra minha tia dormir lá também - atentem para o fato de que minha tia estava apenas na casa vizinha - então mainha a convencia a dormir na cama dos meus pais, mas ela chorava porque tinha que tomar o gagau e eu não podia ver pra não achar que ela ainda era bebê, então ela finalmente dormia depois do gagau. Enfim silêncio na casa...

Até as próximas 2h, quando ela acordava mais uma vez e chorava pra ir dormir com minha tia na casa vizinha. Aí definitivamente ela ia. Enquanto acontecia tudo isso na minha casa, eu já estava dormindo há séculos no meu quartinho e, quando acordava, eu sempre achava que ela tinha levantado primeiro que eu e já tinha ido pra casa da minha avó.)


O fato é que quando era nesses períodos de férias, nós éramos inseparáveis. Tomávamos banho juntas, nos vestíamos do mesmo jeito, ou pelo menos eu e a mais nova, porque ela sempre me imitava. As divergências apareciam quando eu queria brincar de boneca e Maran Russein queria desenhar, mas aí eu negociava o boneco do Príncipe mais bonito pra ela e deixava o que sobrava se apaixonar por ela também, mas tudo pra eu ter o prazer de brincar de boneca.

Fora os banhos de chuveiro embaixo do prédio da minha avó, a carreira que levamos dos pivetes em Caicó, o menino que "passou a mão na minha bunda", as brigas de quem seria amassada no Scrambler, dormir nos colchões mais finos e nos buracos das emendas de dois colchões, ir pra o shopping durante todos os dias das nossas férias pq Lóólinha queria, enfim, tantas coisas que fizeram nossa infância tão especial.


Hoje não temos mais os mesmos interesses, nem o mesmo tempo livre, mas ainda nos divertimos quando estamos as três juntas.

Dizem que amigos são a família que escolhemos, mas eu acredito que a família somos nós que escolhemos também, ou pelo menos alguém enxerga afinidades na gente, antes mesmo de nascermos. Nascemos juntos para aprendermos com as diferenças e crescermos com as afinidades, nunca passando por cima do outro. Família se apóia, família se ama. Se eu estiver errada, então escolheram perfeitamente as pessoas que precisávamos em nossas vidas.




sábado, 5 de abril de 2008

Crise de identidade

Meu primeiro conto! Na verdade, só uma apresentação de alguns personagens:

Olá criançada,

- Hoje tem marmelada?
- Tem sim, senhor.
- Bem-vindos ao circo dos enigmáticos. Aqui tudo é metáforaaa, quem não entende, fica de foraaa.

1ª Fonte de inspiração:
E ele começa o seu discurso: Tropo que consiste na transferência de uma palavra para um âmbito semântico que não é o do objeto que ela designa, e que se fundamenta numa relação de semelhança subentendida entre o sentido próprio e o figurado; translação.
(Este é o pai daqueles menos favorecidos e empobrecidos de massa corpórea localizada no topo da área vertical. Ele nos mostrou o significado do post.)
2ª Fonte de inspiração:
Futura mãe de emo e cantora nas horas vagas. Costumava ser bastante crítica, talvez hoje esteja mais romântica do que polêmica. Ela inspira a nossa artista principal do espetáculo, ao descrevê-la em uma de suas músicas.
3ª Fonte de inspiração:
Aquele que comeu a vovózinha, querendo na verdade, a criança que usava uma roupa com chapéu e de uma cor característica da sua personalidade.
Enquanto isso, o lobo mau com a pele da vovózinha, consegue o seu objeto de maior desejo: a Chapeuzinho Vermelho. Devora-a de forma fervorosa e utiliza sua carcaça como veste.
(Breve pausa para resgatar o histórico do lobo mau. Ser, mal interpretado pela sociedade, que achou um jeito de ser aceito por todos, usando a pele de outras pessoas para ser bem visto em qualquer lugar que entre. No entanto, possui um defeito, não consegue disfarçar a sua voz e seu olhar reflete sua personalidade cruel) Continuando...
Ele invade mais um lugar, o País das Maravilhas, será que a Alice será a sua próxima carcaça? Será que mais uma vez ele vai passar desapercebido sem que ninguém enxergue a sua personalidade?
Se ele conseguir passar por lá, vai estar mais perto do caminho do nosso circo, mas ele se engana ao pensar que aqui há lobos em pele de cordeiros. Vamos ver o que acontecerá.
Na estrada dos que persistem no caminho da luz, isso mesmo, aquela mesma estrada dos tijolos amarelos que leva ao grande Mágico de Oz, ou mais conhecido como o Cara lá de Cima, está o nosso circo. Demos as boas-vindas ao nosso novo integrante: Patinho Feio.
(Breve histórico do Patinho Feio. Aquele que foi rejeitado pela mãe e pelos irmãos por ser diferente dos outros. Bateu na porta do nosso circo e foi logo aceito, viu-se que pra ser feio daquele jeito não poderia estar usando a carcaça de ninguém. E seus olhos mostraram sinceridade)
O que irá acontecer? Aguardem o meu próximo devaneio!
Boa semana!
Beijos

quarta-feira, 2 de abril de 2008

As maravilhas da nossa sociedade

Olá!

Antes de mais nada quero, mais uma vez, expressar a minha indignação tão comentada já nesse blog, acho que o assunto mais polêmico e perturbador do momento, mas que merece ser tratado mais uma vez, este bendito/maldito estágio. Ontem tive a comprovação de tudo que eu falei já aqui, sobre a situação do mercado de trabalho de João Pessoa e algumas partes do Nordeste, da falta de pessoas qualificadas ocupando cargos altos, enquanto nós jovens, cheio de idéias inovadoras, loucos para dar todo gás e trazendo mudanças e crescimento pra esse mercado medíocre em que se encontra João Pessoa, onde a incopetência reina diante dos nossos olhos, não temos a mínima oportunidade de mostrar o quanto somos capazes para assumir cargos de responsabilidade.
Os especialistas em auto-ajuda e motivadores de plantão diriam: Você não tem que esperar que a oportunidade chegue até você, você tem que ir atrás e lutar por ela.

Ta certo, tudo bem, mas aí eu pergunto pra vocês, de que adianta a gente tanto se esforçar, tanto querer e mostrar que tem competência e qualidade, pra chegar lá na frente, os grandões-incompetentes-falsos-gerentes, com toda a sua pose de maioral, dizer que você não está apto para o cargo? Aquele cargo que você lutou tanto e tinha qualidades suficientes para conseguir, não é seu porque alguém fez vista grossa e não quis ver o que você podia acrescentar para a organização?

Isso me fez lembrar até a discussão da Xuxa "tudo que eu quiser, o cara lá de cima vai me dar". Acho que eu interpretei o cara lá de cima errado, não era nada ligado à religião, era o cara lá de cima que manda e desmanda sobre o seu destino profissional, o cara lá de cima do emprego que você tanto sonha. Realmente Xuxa, você não me iludiu por completo.

Enquanto isso, ainda me oferecem salários de R$ 200,00 para trabalhar das 14h às 20h como atendente, e ainda numa academia famosa de João Pessoa pra não ser paga e exercer função de secretária.



Saindo dessa discussão, que não era a que eu pretendia ter para hoje, mas fui me empolgando com a minha revolta, a minha intenção hoje era mostrar mais uma produção, feita para a universidade, que foi sucesso totaaaalll numa apresentação da cadeira da universidade. Só para explicar a situação, o trabalho era idealizar um produto, que não existisse no mercado e definir todas as suas características e funcionalidades. Segundo ponto a observar, é com relação às interpretações que poderão ser dadas ao vídeo, quero deixar bem claro que a nossa professora, tinha um certo ar de foguenta e o que fazia sucesso com ela eram duplas interpretações para as coisas.

Enjoy:


Por que não valorizar quem tem criatividade e humor? Por que ainda exigimos, como fazendo parte do mercado, profissionais enlatados que dizem num textinho decorado tudo aquilo que uma empresa quer ouvir de um profissional "preparado" para o cargo? Por que vestir a camisa de uma empresa que você nunca trabalhou nem conhece a história de vida, ao invés de vestir a camisa por você, pelo seu trabalho? Até que ponto vale à pena mostrar todas essas características pré-moldadas e perder a sua identidade?

Fica aí pra discussão!

Beijos!!!