Ultimamente tenho sentido uma certa dificuldade em me definir, o que não deixa de ser normal pelo desespero em que me encontro com a proximidade de conclusão do meu curso e ainda, como agravante da situação, não sei nem qual será o meu tema da monografia. De fato, acredito que a única característica que me define com exatidão é a de observadora. Outras como timidez, pouco falante e crítica, chegam a ser apenas derivadas da observação. Em muitas ocasiões, estas chegam a ser mais percebidas pelas pessoas do que a que eu considero como principal.
A verdade é que a observação me fascina, simplesmente, em todos os sentidos. Tudo que se move, tudo que é estático, tudo que é mistério, tudo o que aparenta ser simples, o ambiente em que estou inserida, o ambiente em que não estou, as pessoas que me cercam, os seus comportamentos, os fatos, os objetos, as ações, tudo, com todo gigantismo que essa palavra transmite, mas é exatamente tudo, o que move o meu cérebro a trabalhar incansavelmente na interpretação das coisas e na busca constante por respostas.
O que se espera de uma pessoa com esta característica é que ela não seja inconstante e não aja nunca pelo impulso. Assim eu me defino: não me deixo levar por quase nenhuma situação, não faço nada sem antes pensar nas conseqüências. Você deve pensar que isso é uma qualidade, né? Muitas vezes não. Já deixei de fazer muita coisa e deixei passar muitas oportunidades por pensar demais, pensar tanto que pensei em coisas que nem existiam. Porém, na minha cabeça, há uma explicação para isto. Tenho dificuldade em mensurar a realidade, ou o que realmente existe. Para definir realidade, vou pedir a ajuda do meu fiel companheiro, Aurélio:
Substantivo feminino.
1.Qualidade de real3.
2.Aquilo que existe efetivamente; real. [Sin. (p. us.): realeza.]
3.Filos. V. juízo de realidade.
"Aquilo que existe efetivamente". O que existe efetivamente? Eu sempre me pergunto isso. Vejamos uma situação: A sua existência na Terra é uma realidade? Certamente, a resposta de todos seriam sim. Mas se isto é real, a morte também é real, não é? Sim, todos respondem. Se isto também é real, a nossa existência, na melhor das hipóteses, chega a durar em média 80 anos. O que são 80 anos comparado à idade da Terra? Do universo? Numa comparação, a nossa existência real duraria milésimos de segundos com relação à eternidade do universo. Pensando nisso, eu chego ao ponto de questionar a realidade descrita e entendida por todos, de maneira que ela existe, porém se baseia em algo intangível, ou subjetivo. Ou a realidade é insignificante, ou o que se entende pela realidade é desconhecido por nós. Nesse momento surge a crença. As pessoas costumam ser céticas ou crentes. No entanto eu não entendo como a realidade pode ser separada da crença. Viajei demais ou alguém conseguiu acompanhar meu raciocínio?
Eu posso ter viajado para vocês, mas para mim isso faz muito sentido. Aliás, faz todo o sentido. O homem é exatamente o sentido que ele dá pra sua vida. E se ele não se questiona e não busca por respostas, de que vale a sua existência? Pra quê ele existe? Pra nascer, crescer e morrer, simplesmente pelo fato de que respira? Como observadora, chego à conclusão que tenho um propósito e se me deixo levar pela realidade aparente, como posso ser útil ou coveniente para àquilo que pretendo ou espero alcançar?
Sem esperanças de que seja entendida, finalizo minhas palavras e presenteio vocês, ou não, com mais um dos meus devaneios. E continuo com minhas observações....
2 comentários:
Tu escreve bonito demais.
Me ensina, kkkkkkkkkkk.
Gostei da viagem, tem todo sentido.
Não saberia falar sobre isso tão bem, mas concordo com todas as coisas que vc disse :D
Eu acho que, quando a gente morrer e passar uns 2.000 anos, vão achar teu blog em algum lugar e te catalogar junto aos filósofos brasileiros, pq daqui pra lá esse país vai ter alguém memorável.
Logo minha Sarinha! Que orgulho!
=P
=***
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