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sexta-feira, 20 de abril de 2012

Administradora Concurseira


Passados 3 anos da minha formação em Administração é inevitável não cair no descontentamento de ainda não estar inserida no mercado de trabalho. Não posso atribuir a isso a falta de vagas e oportunidades no mercado, pois foi uma decisão minha não ir em busca de um emprego em empresas privadas. Muitas vezes alimento pensamentos de que os anos despendidos na faculdade estão se perdendo no tempo ou sendo desperdiçados pela minha escolha em seguir na carreira de serviço público.
Porém, ao analisar características e fundamentos da Administração, identifico os mesmos pontos de um profissional da área pública e um profissional da área privada e, concluo que minha formação profissional não será abandonada no decorrer da minha (futura) carreira pública, muito menos na minha busca por realizações profissionais e na maneira com que me posiciono e manipulo minhas habilidades em prol de resultados satisfatórios.

Dessa forma, apresento-lhes os 10 mandamentos de uma boa Administração (adaptado para um concurseiro)

1. CONHECIMENTO

Excelente ponto para se começar a discussão. Ninguém consegue um cargo público estável sem estudar para um concurso público. O conhecimento é essencial e diferencial na hora da seleção de bons profissionais. Mas, quando me refiro a esse ponto, falo sobre cargo público federal, em que as irregularidades e fraudes são bem menos prováveis de acontecer do que em processos estaduais e municipais, dos quais as representações políticas agem soberanamente em detrimento das verdadeiras qualificações profissionais e da isonomia que deveria existir nos processos de seleção. Ainda sim, o conhecimento é uma grande arma de defesa, caso aja qualquer irregularidade no processo. O candidato dificultaria (e muito) a vida daqueles apadrinhados caso oferecesse prova irrefutável de sua qualificação para o cargo, ao obter uma excelente pontuação nas provas. Ao menos geraria uma dor de cabeça daquele desqualificado que tenta burlar a isonomia da seleção.

2. EXPERIÊNCIA

Essa experiência a que me refiro não implica necessariamente naquela profissional, mas principalmente, na experiência em outras seleções de concursos. Hoje, para adentrar num órgão ou cargo público de qualidade, com excelentes remunerações, têm-se admitido uma preparação de mais de um ano de estudo e as vastas experiências em outros concursos de menor dificuldade e menor exigência intelectual. Engana-se aqueles que pensam que devem começar a estudar quando o edital é publicado. Além disso, o candidato deve estar preparado fisicamente, psicologicamente e intelectualmente no dia de uma prova, para que seja possível obter resultados satisfatórios que culminará na aprovação ao cargo almejado e, isto só é possível, através de várias experiências com outros concursos.

3. LIDERANÇA

O que é um líder?
1.Indivíduo que chefia, comanda e/ou orienta, em qualquer tipo de ação, empresa ou linha de idéias. Cada indivíduo escolhe que estratégia melhor funciona quando se pretende otimizar resultados. Uma forma que pode ser satisfatória, seria a formação de um grupo de estudos, principalmente, quando o candidato possui um nível mais avançado de conhecimento que pode ser compartilhado com os outros. Além de estar contribuindo com os seus colegas, os ganhos obtidos no compartilhamento de informações são inúmeros e, quando se possui o espírito de liderança em ensinar a alguém o assunto que domina, o conteúdo se firma e se solidifica.
 2.Indivíduo, grupo ou agremiação que ocupa a primeira posição em qualquer tipo de competição
Para passar e ser chamado para trabalhar no serviço público é inegável que o candidato não só se saia bem, como seja o melhor. Mais uma vez reforço: dar provas irrefutáveis de sua qualificação dificulta a vida de muitos candidatos desqualificados; afinal, quem poderá contestar sua vaga quando se é o primeiro colocado em uma prova de concurso público?

4. PLANEJAMENTO

Saber que cargo público quer ser obter e a partir daí traçar metas a serem alcançadas; que metodologias de estudo poderão ser utilizadas; quais os melhores ambientes para se estudar e para aprender; como organizar os horários de estudo; o que não serve e o que pode ser descartado; como otimizar o tempo; quais são as oportunidades oferecidas e as ameaças que serão enfrentadas; quais são os pontos fortes e fracos a serem analisados no perfil do candidato em virtude do cargo que se almeja; são pontos a serem levados em conta na hora que se escolhe seguir o caminho dos concursos públicos.

5. CONTAR COM PROFISSIONAIS COMPETENTES

A escolha de um bom cursinho de preparação é crucial no bom resultado de um concurso público, bem como de diferentes autores de livros dedicados ao esclarecimento das leis e decisões políticas. Existem excelentes profissionais no ramo de cursinhos dos quais poderá se exaurir o máximo de conhecimento que eles possuam em benefício do aprendizado do candidato. Fazendo uma alusão a uma equipe de trabalho, a escolha de colegas de estudo também deve ser tomada com muito cuidado. Afastar aqueles candidatos sugadores, competitivos, falsos amigos e com propósitos pouco amigáveis é de extrema importância. (Já perdi de ser aprovada em concursos que estava habilitada a passar por ter me deixado abater por falsos amigos e gente que quis sugar minhas fontes de sustentação)

6. DEDICAÇÃO

A aprovação não chega sem haver dedicação. O mercado está se estreitando e cada vez mais profissionais qualificados adentram na briga em busca do trabalho no serviço público. Somente aquele que se dedicar, estudar muito, abdicar muitas horas de lazer para o estudo, atrelar vários conhecimentos além dos que forem exigidos, se multidisciplinar e persistir, se destacarão.

7. MOTIVAÇÃO

Atrelado ao conhecimento e à dedicação, torna-se o que há de mais importante e essencial para a aprovação num concurso. Procure um cargo que ofereça as qualificações que almeja e o coloque como fonte de motivação. Saiba que o caminho vai ser longo, muitas derrotas virão, mas manter-se motivado é o que o faz continuar na luta e levantar-se após cada decepção. Aquele que não está motivado ou se deixa levar pelo espírito derrotista no primeiro obstáculo, não pode ser um verdadeiro concurseiro. Todos sabemos que a persistência se fez presente em todos aqueles que obtiveram êxito no serviço público. E como persistir desmotivado?

8. NETWORKING

Inegável que, não importa que caminhos profissionais se escolha, ter uma boa rede de relacionamentos em qualquer âmbito social que esteja inserido, auxiliará na obtenção de êxito. Seja no processo de estudo, seja após ser aprovado no concurso ou seja já no ambiente de trabalho. Relacionar-se bem, colaborar e obter colaboração de outros indivíduos traz melhores resultados do que ser individualista e não procurar se socializar ou obter ajuda de ninguém.

9. VISÃO HOLÍSTICA

Ter a certeza de que a visão tem que ser para o todo e não olhar apenas para um aspecto. Aí mora minha grande dificuldade, pois tenho fortes tendências derrotistas. Mas sei (e assim tenho tentado me sustentar) que analisar tudo como uma grande construção em que etapas precisam ser ultrapassadas e levadas em consideração para que se obtenha o resultado aspirado é o caminho certo a seguir. Cada concurso, cada assunto estudado, cada experiência vivida, tem sido um pedaço do somatório que culminará na aprovação que pretendo obter e que uma aprovação não pode, jamais, ser sintetizada a apenas um critério utilizado na luta.

10. OBJETIVO AMBICIOSO 

Sair da zona de conforto, se atrever e ousar nos objetivos não é característica de um administrador de empresas privadas. Se passar em concurso fosse fácil, acho que eu já estaria trabalhando. Se dedicar à carreira pública não é se estabelecer em uma zona de conforto somente por conta da estabilidade oferecida. Não há qualquer organização que não se sentiria obsoleta se não acompanhasse o ritmo de desenvolvimento da sociedade e das tecnologias. Ousar, se atualizar e se atrever nos objetivos têm sido importado para dentro dos objetivos tanto individuais quanto organizacionais. Acreditar que a máquina pública de hoje é a mesma dos "tempos de outrora" é inconcebível com os objetivos de desenvolvimento do país, com o acúmulo de profissionais extremamente qualificados no mercado público e com os avanços científicos e tecnológicos. Os concurseiros há tempos inovaram suas opiniões a respeito... quando a sociedade capitalista conservadora vai inovar a sua também?

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Em favor da vida

“Concedei-me, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar aquelas que posso e sabedoria para distinguir umas das outras”.

É pedindo serenidade que começo a discorrer acerca do polêmico assunto discutido no Brasil atualmente. Longe de mim querer convencer alguém a pensar da mesma maneira que eu ou julgar aqueles que pensam de maneira diferente. Apenas não me contento em manter-me calada, sem qualquer posicionamento, ou alheia às discussões sociais que direcionam a sociedade em que vivo. Apesar de muitos alegarem que a descriminalização do aborto dos anencéfalos não gera a obrigatoriedade do ato e por isso não mereceria as manifestações em favor da vida, não há como um assunto ser abordado sem as implicações do outro, justamente porque tal mudança de pensamento e posicionamento político, acarretará consequências em toda a ética de uma sociedade. E, para aqueles que, como eu, se posicionam contra o aborto, não há melhor momento para defenderem seu posicionamento como este que estamos vivendo agora. Também não posso deixar de lado meu posicionamento respaldado na religião, porque religião e ciência, espírito e matéria, andam sempre de mãos dadas desde sempre e eternamente se completarão. Não há como admitir a existência de apenas um, se até onde se encontra o limite de um, começa o outro. Mas não me contento em apenas admitir o argumento religioso para defender meu posicionamento contrário ao aborto deste e de qualquer outro caso, até mesmo os permitidos pela nossa legislação, utilizo-me de pontos políticos, sociais e éticos para embasar minha defesa.
Para dispor de meus argumentos, façamos um comparativo simples: nossa sociedade brasileira, pode ser considerada como filhos e o nosso governo, como o nosso pai. Somos todos irmãos, porém mesmo sendo criados pelo mesmo pai, assim como em qualquer família, existem as diferenças de uns para outros. Uns aprendem mais fácil, não têm dificuldade de escutar e apreender os conhecimentos ditados pelo pai. Outros necessitam de maior atenção, mais paciência e dedicação para melhor compreender as coisas. Ainda outros, possuem tendências negativas e se voltam para o mal. Já alguns outros são bons e caridosos. Numa família tão distinta, poderia esse pai deixar que os filhos agissem de acordo com suas tendências e deixariam suas escolhas a cargo do seu livre-arbítrio ou instruiria seus filhos sobre o que é certo e o que é errado e que, apesar da escolha ser sempre individual, há sempre consequências nos nossos atos? Não deveria o pai, instruir, orientar, explicar e, se necessário, punir seus filhos quando estes agirem de maneira egoísta ou a ponto de prejudicar seus irmãos? Se os que tendem para o mal, agirem por suas próprias consciências, não estaria o pai pondo em risco aqueles que são inocentes e indefesos? Faz parte da educação familiar ensinar que se um irmão possui direitos, o outro também os possui e um pai que se prese, jamais se posiciona em favor de um em detrimento do outro. Ele ama e quer que todos sejam bons e vivam em harmonia.
Assim, o Estado deveria agir. O anarquismo não deu certo, porque uma sociedade não vive sem regras, sem ética, sem direcionamento, sem orientação. Se uns já possuem o discernimento para o certo, outros ainda se encontram em atraso, outros ainda precisam ser orientados; aprender com os seus erros, com seus limites, a respeitar o próximo. Se vivemos todos em sociedade, o Estado deve representar a todos, os bons e maus, os independentes e os indefesos, com todas as suas diferenças, direcionando-os para o bem estar geral. Dessa forma, explicito meu argumento social, ético e político, porque a adoção de uma política liberal que deixa a cargo de cada um decidir sobre a vida, gera impactos sociais, principalmente naqueles que mais necessitam de orientação, de apoio, de compreensão e acompanhamento, como essas mães que carregarão seus filhos no ventre por um breve tempo. Ao invés de oferecer o apoio que elas precisam, o Estado dá ouvidos ao desespero e à dor e oferecem a opção de encerrar o sofrimento. Se alguém próximo a você estivesse prestes a cometer um suicídio, será que apresentaria a ele a opção de cometer o suicídio ou, do contrário, faria o possível para apoiá-lo em meio ao seu sofrimento e ofereceria melhores opções? Como fazer, no futuro próximo, que essas mães aprendam a respeitar a vida? Fazer com que aprendam que há mais ignorância do que respostas para os acontecimentos da vida? Se tudo fosse movido ao acaso e para o acaso se destinasse, não haveria necessidade de nos organizarmos socialmente, de nos amarmos e nos respeitarmos, já que para o NADA nos destinaríamos. Então como afastar a relevância de que uma força maior nos move e nos conduz para o caminho do desenvolvimento? Do respeito e amor ao próximo? Da valorização da vida, seja ela como for? Uma flor não está presente todos os dias do ano, ela tem o seu tempo certo de viver. Vive pouco, o suficiente para nos encantar e o bastante para aquilo que ela precisa, mas por egoísmo, retiramo-as do seu meio, arrancando-a à força do que a mantém viva e ela não vive mais que algumas horas. Será que por sabermos que ela não possui inteligência nem forma de se manter independente e, muito menos que viverá tão pouco tempo, deveríamos antecipar sempre a sua vida? Deveríamos retirá-la do meio que a mantém viva?
Não há atitudes sem consequências e, acredito que nem todos estejam fazendo a distinção das reações futuras desta decisão tomada agora.
Faço aqui, a minha humilde prece:
Senhor, desejo que mesmo diante daqueles que se afastam da religião e se negam a admitir a existência da inteligência suprema, que ela se faça presente em todos os corações, nos dando a força necessária para suportar as nossas provas, a humildade de amar o próximo e a vida, acalentando os corações aflitos e aquecendo a frieza dos que nada temem. Que o bom-senso esteja sempre presente no nosso livre-arbítrio.
Mulheres, somos seres privilegiados por carregarmos a vida dentro de nós. Não nos esqueçamos a responsabilidade que o Pai nos confiou de amar incondicionalmente o ser que carregamos, acima do nosso próprio bem-estar. Não existe fardo tão pesado que não possamos carregar. Que a misericórdia se faça sempre presente e possamos ser perdoadas por atitudes induzidas pela ausência de orientação. E que, não nos esqueçamos da voz da consciência que sempre nos instrui para o caminho certo, nos livrando do desespero e da fraqueza de nossas falhas.

Assim seja!