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domingo, 1 de fevereiro de 2009

Disfunções amorosas

Deveria existir um livro de receitas para cada ocasião da nossa vida. Assim todo mundo que precisasse, consultaria o livro e tudo se resolveria. Assim, ninguém cometeria mais erros e as pessoas não se magoariam tanto.

Essa receita não existe, muito menos as relações descritas em livros e relatadas em filmes, nem tão pouco as histórias de amor são perfeitinhas. O amor que causa suspiros e tremedeira nas pernas, logo se perde com a convivência constante. E as promessas não passam de promessas. Os elogios se perdem quando as roupas começam a ser repetidas. A maquiagem não esconde mais as imperfeições do rosto. O sorriso não alegra mais o dia.

Não pensem que estou descrente do amor, pelo contrário, acho que aprendi com a vivência a ter uma nova visão a respeito. O amor que eu conheço não foi à primeira vista...nem foi uma paixão arrebatadora. Nasceu da forma mais simples e comum...da amizade. De conversas sobre assuntos em comum ou das diferenças transformadas em aprendizado, simultaneamente compartilhado. Do amadurecimento de ambos. Das carências saciadas. Do companheirismo revelado.

Embora, muito cobro do amor, mesmo sem saber se devo. Acredito naquele sentimento exalado por todas as partes do corpo...do olhar apaixonado, do toque delicado, dos sussurros no ouvido, das mãos entrelaçadas, dos soprinhos no cangote. Queria não perder de vista os elogios antes citados, as letras de músicas escritas, os e-mails divertidos e as experiências do dia compartilhadas. Mas quem sou eu para falar alguma coisa? Uma mal agradecida, por certo.

Por que a gente deixa de valorizar as coisas que mais têm sentido em troca dos pormenores? Ô coisinha complicada...

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