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segunda-feira, 11 de abril de 2011

A sociedade dos livros mortos



Não é irônico como somos tão dependentes das tecnologias atuais e deixamos nossas vidas girarem em torno delas, mas ao mesmo tempo elas se mostram tão frágeis e suscetíveis a falhas, diante de fenômenos tão costumeiros como a chuva?!
Me intriga o fato de dedicarmos tanto tempo a elas e não termos o mesmo retorno. Mesmo com os avanços diários, elas ainda não conseguem estar 100% presentes. Então, por que ser tão dependente disso? Querendo me desvencilhar dessa prisão tecnológica, dediquei meu tempo vago a ler livros. ÓÓÓÓÓÓ...livros? Isso ainda existe? Sim, caros leitores, ao que tudo indica, alguém tenta se comunicar com os outros e entreter o mundo por meio de páginas contendo letrinhas cuja junção formam frases e ideias. Não é brilhante? E não me refiro a livros de estudos para concurso ou de algum autor de administração, muito menos aqueles de auto-ajuda ou "como ganhar seu primeiro milhão". Me refiro a livros que têm o intuito somente de entreter, de proporcionar o conhecimento de diferentes culturas, daqueles que não impõem o pensamento do autor e sim nos leva a pensar, a refletir e tirar nossas próprias conclusões. Por mais que eu goste do cinema e televisão, não há nada como os livros. Acho incrível como por meio de palavras, conseguimos visualizar um contexto, um lugar, os personagens e até nos identificarmos com tudo isso como se estivéssemos vendo de perto. Eu acho que posso me comparar a um deficiente visual, que apesar de não enxergar consegue entender uma realidade, mesmo sem nunca ter visto, só com os outros sentidos. Assim como nos livros, eu vejo sem nunca ter visto e acabo achando que conheço o que desconheço.
Só fico me perguntando o motivo pelo qual não me interessava por livros antes. Acho que porque livro era ligado ao colégio e prova e vestibular e literatura e eu sempre odiei literatura. Porque a literatura que a gente estuda, são dos" tempos de outrora" e minha professora se esforçava para explicar aqueles poemas desconexos que só faziam sentido para quem os tinha feito. Tédio! Me desculpem os poetas, respeito todo tipo de expressão artística, mas de fato, não me identifico com poemas. Prefiro algo mais direto, que explique os sentimentos sem prolixidade e palavras em desuso. Também não compreendo como em plena juventude nos empurram uma literatura tão antiga e distante da nossa realidade atual. Para uma criança/adolescente como eu, era como tentar decifrar as parábolas de Jesus. Acredito que na época em que foram escritas, as pessoas entendiam com mais facilidade, porque estavam inseridas naquele contexto, mas hoje estamos em outra época, outra linguagem, outras formas de se expressar. Que fique bem claro que não me oponho aos autores ou aos "tempos de outrora", pelo contrário, adoro histórias do passado, me oponho aos responsáveis por eu ter me afastado da literatura por tanto tempo, pelo simples fato de não terem me mostrado que ela ia além daquilo ali. Pelo menos algo se salva dessa época, meu gosto pelas histórias em quadrinhos. Acho que por ser a única a falar a minha linguagem.
Hoje, não tão velha, mas com idade suficiente para entender os livros, aprendi a respeitá-los e valorizá-los, principalmente os autores pela criatividade e por me carregar a este mundo imaginário.

Boa leitura!

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